Estandarte e seu significado

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          Segundo definição contida no dicionário, a palavra Estandarte é um substantivo masculino utilizado para simbolizar algo, como uma nação, uma religião, um partido político, uma corporação militar, uma instituição civil etc.

          Em comum, trata-se, portanto, da reunião de indivíduos que convergindo num desejo, se identificam e reafirmam uma ideia inicial ao redor de um pendão que os motiva a superar as dificuldades e os obstáculos inerentes à própria existência.

             O nome adotado para a oficina, A.R.L.S. CORPUS HERMETICUM  influenciou diretamente na composição da simbologia existente no Estandarte, de tal sorte que, com a compreensão, não do que se vê no Estandarte mas o que se vê através dele, acredita-se que sequer a influência do tempo será capaz de fazer perecer os valores instituídos desde a fundação da Loja no que diz respeito à ideia do processo alquímico de transformação do homem, na melhora e no aprimoramento de seu caráter, consequentemente, dos efeitos que se perpetuarão na sociedade, conforme adiante se demonstra:

             O Pavimento Mosaico e o yin-yang flutuando pela abóboda celeste representam  as manifestações orgânicas, psicológicas e sociais do ser humano e na dimensão inorgânica da natureza, bem como, a dualidade que transcende o tempo e o espaço. É o 2 pitagórico, resultado da divisão do raio cósmico que sai do zero e se torna 1, como manifestação da criação. É ainda a representação do princípio hermético da polaridade, dos opostos, cuja lei torna possível ativar a faísca da consciência, do despertar do ser e da oportunidade do auto-conhecimento.

           O homem dentro do balão de fundo chato representa o obreiro da loja em constante processo de transformação num espaço compreendido entre a pedra bruta, a pedra polida e a grade do oriente, esta última, apenas atravessada após a passagem pelo livro da lei e da subida dos degraus da escada de Jacó, ocasião em que se depara com a Tábua de Esmeralda que contém a base do hermetismo que são as leis universais e o símbolo do V.I.T.R.I.O.L que, embora conhecido pelo neófito desde a Cam. das RRef., somente com o decorrer de sua jornada maçônica passa a perceber as transformações advindas no seu significado, pois, ao superar a matéria passa a abstrair que adentrar ao Templo, muito mais do que atravessar uma porta, trata-se da passagem para um novo estado de consciência, oportunidade em que deixa de ouvir os ruídos do ego e supera as diversas câmaras que até então o impediam de ouvir a voz do mestre interior e interage com a centelha divina da criação que a parte essencial, única e verdadeira de sua existência. É quando o homem se transforma não por imposição de outros, mas de maneira voluntária pois, assumindo o controle da própria vida, não mais transfere a responsabilidade de seus atos, deixando de ser efeito para se tornar causa capaz de transmutar o ambiente e, assim, pratica a verdadeira magia.

          Embora os Capiteis Papiriformes encimados no Pavimento Mosaico possam ser confundidos com as CCol. que adornavam a entrada do T. de Jerusalém, sua simbologia no Estandarte da Loja visou a busca da palavra perdida, do conhecimento antigo contido na lenda de Enoque, em que se relata que o nome inefável de Deus e toda arte e ciência das civilizações desenvolvidas, constituídas por gigantes, filhos dos anjos caídos (nefilins) com as filhas dos homens, foi preservado por  Enoque que os gravou na Pedra de Ágatha e em duas CCol. construídas num Templo subterrâneo antes do dilúvio, uma de Bronze caso o mundo fosse destruído pela água e outra de Mármore caso o mundo fosse destruído pelo fogo.

            A Abóboda Celeste do R.E.A.A. representa o céu observado no Or. e, Saturno orbitando com suas Luas e Anéis ao redor, antes da entrada do Templo flutuante, deve servir de referência para lembrar o sentimento de amor fraternal que deve permear os obreiros reunidos em torno da Loja que acolherá todo aquele que com o coração justo, bata às suas portas à procura de socorro.

                O símbolo do Om chama a atenção para a meditação e a introspecção que o obreiro bem instruído deve se voltar nos momentos de dificuldade pois, tal símbolo é a representação do som do universo e a semente que fecunda os outros mantras.

                Os símbolos alquímicos do sal, do enxofre e do mercúrio referem-se às leis herméticas e a criação da Pedra filosofal. No ser humano, o enxofre seria o  corpo físico; o mercúrio a alma e o sal o espírito mediador ou, no conceito da antroposofia: os elementos se refletem como forças básicas atuantes do espírito humano; e, por derradeiro, o enxofre seria o querer, o mercúrio o sentir e o sal o pensar. 

            Anúbis com a balança medindo o peso do coração em contraponto com a pluma de Isis adverte o obreiro que todas as suas ações jamais serão medidas por olhos alheios, não havendo salvação ao dissimulado, ao mentiroso que ousa conhecer os mistérios da maçonaria apenas por vaidade e interesse individual, pois, a leveza de um coração bem formado depende de atos sinceros praticados através das virtudes e do julgamento de uma sã consciência.

               A Bússola orientando o Norte simboliza bem mais do que a disposição da Loja, simboliza o rumo das diretrizes estabelecidas desde a sua fundação e que jamais devem ser deixadas de lado pela vaidade ou pelo orgulho dos responsáveis que estejam temporariamente incumbidos da sua governança.

             Finalmente, o Esquadro e o Compasso unidos contendo o Olho de Hórus, ocupam o centro e o local mais elevado do Estandarte a lembrar que cada obreiro da Loja deve agir com retidão e justa medida no cumprimento dos deveres que assumem com a ordem, com os irmãos, com a família e, principalmente com si próprio, pois nada escapa do Olho que tudo vê e nada acontece sem a permissão do Grande Arquiteto do Universo que é Deus.

                                                                                                        ASSIM SEJA E QUE ASSIM DEUS NOS AJUDE!!!